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Quem é a vice-governadora de Santa Catarina?

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Faltou a ela lembrar que Santa Catarina é muito maior do que apenas a região de Florianópolis e Chapecó

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Muitos dizem e afirmam que a vida é feita de ciclos, e basta você escolher por aproveitá-los ou não. Eu inicio está coluna de hoje, trazendo esse pensamento contemporâneo difundido por muitos coachs, que alegam que todos nós precisamos aproveitar as oportunidades que se abrem a nossa frente, os ciclos.

Mas nisso você deve estar se perguntando, o que isso tem a ver com política? Afirmo que tudo. Para isso peço que você volte à coluna da semana passada, e se você não a leu, deixo aqui um tempo para fazer isso, e assim darmos sequência a nossa conversa.

Na semana passada, conversamos sobre como Carlos Moisés é hoje um dos únicos pré-candidatos ao cargo de governador de Santa Catarina que soube aproveitar o momento certo, mesmo que turbulências tenham havido pelo caminho.

E ao encerrar a coluna de semana passada, eu deixei como brinde, a questão que seria abordada nesta, a situação da vice-governadora Daniela Reinehr. E aqui eu começo a ligar os pontos de como ela deixou escapar por entre os seus dedos possíveis oportunidades que teve enquanto ocupou o cargo de governadora, no momento dos processos de impeachment de Carlos Moisés.

Tudo começou a ocorrer quando em 2020, momento em que o Brasil e o mundo conviviam com centenas de milhares de casos e mortes ocasionados pela covid-19. Naquele momento tanto Moisés quanto Daniela foram indiciados no processo de impeachment, que tinha como foco principal o de analisar a suspeita de crime de responsabilidade fiscal ao ter dado aumento salarial aos procuradores do Estado, por meio de uma decisão administrativa.

Pouco tempo depois, novas denúncias atingiram a Casa d’Agronômica, que recaíam principalmente, sobre a compra dos duzentos respiradores e também da instalação do hospital de campanha em Itajaí.

Nos dois processos de impeachment, algo até novo no Brasil, tanto governador quanto sua vice foram denunciados. Porém, como já é de conhecimento de todos os catarinenses, nos dois processos Daniela foi considerada inocente já nas primeiras votações da comissão de inquérito, assumindo o poder estadual. Enquanto isso, Moisés aguardava afastado do cargo os seus julgamentos, que no final inocentaram o governador afastado e o reconduziram ao cargo.

Acabei me prolongando nesse preâmbulo pelo fato de que é importante a gente notar na construção da narrativa catarinense atual, de  que nos dois momentos em que Moisés foi afastado, quem comandou o governo foi Daniela. E aqui a gente chega ao que abordamos lá em cima no início dessa coluna, aproveitar os ciclos que se abrem.

Daniela como governadora trocou nomes nas secretarias de governo, isso é o primeiro trabalho de um político quando assume um cargo, tentar dar a ele a sua cara, fez também algumas visitas ao sul e ao oeste do estado, aonde utilizou um pouco da tinta que havia na caneta do governador. Mas parece que estagnou-se aí, não obteve-se continuidade que pudesse mostrar quem é ela, quem é a Daniela política?

Eleita naquela onda bolsonarista de 2018, que trouxe a luz do meio político inúmeros nomes que nunca haviam ocupado um cargo, Daniela seguiu e continua seguindo o ideal bolsonarista ferrenho, e tem cara de que continuará a seguir.

Há alguns dias, ela esteve em uma visita em Porto União, participou de um encontro com pequenos alunos de uma escola que será transformada em cívico militar, um projeto que segundo ela, que é ex-policial, é uma das melhores mudanças no ensino do Estado.

Porém, essa viagem só aconteceu agora, faltando poucos meses para a eleição de 2022, quando ela deve se candidatar ao cargo de deputada federal. Durante quase três anos e meio, e até mesmo durante o tempo em que ocupou o cargo de governadora em exercício, Daniela não conseguiu construir uma imagem sua perante os catarinenses.

Isso fica claro quando ao perguntar aos moradores de Porto União, quem é a vice-governadora do Estado, serão poucos aqueles que irão já de imediato responder o seu nome.

Claro que estamos falando de níveis de poder diferentes, mas guardadas as devidas proporções, faltou à Daniela ser um pouco mais Michel Temer. Claro que não vamos entrar aqui nas questões envolvendo o impeachement de Dilma lá em 2016, mas faltou a ela aproveitar a oportunidade.

Isso é uma pena, de certa forma, porque mesmo com o regresso de Moisés a chefia do Estado, Daniela não pulou fora do barco bolsonarista, assim como fez o governador. E, nesse ponto, ela poderia ter sido um bom contraponto em situações atuais.

Quem é a política Daniela Reinehr? Infelizmente, esse que vos escreve não sabe dizer, porém ao ler um artigo do colega Upiara Boschi no site NSC Total publicado em 18 de janeiro de 2020, pode-se ter, talvez, uma pequena resposta. Boschi encerra o seu texto afirmando que “mas se precisar ter uma carreira política para além dos movimentos marítimo-eleitorais é nessa região – oeste catarinense – que precisa estabelecer seus vínculos”.

Talvez a verdadeira questão é que faltou a ela lembrar que Santa Catarina é muito maior do que apenas a região de Florianópolis e Chapecó. Para uma possível candidata a uma cadeira na Câmara dos Deputados, Daniela precisa entender que este novo ciclo que pode se abrir, precisa do apoio de boa parte do Estado.

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