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Quem desenvolverá Canoinhas?

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Precisamos de uma gestão a altura, com vontade e competência para mudar, inovar e transformar

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Em meu texto de estreia para esta coluna, escrevi em determinado momento que a operação Et pater filium marcava um ponto de cisão e virada na política do Planalto Norte Catarinense, e, em especial, de Canoinhas. Mantenho ainda o mesmo parecer. Com efeito, se precisávamos de um acontecimento que nos possibilitasse a transição de uma política arcaica e de viés coronelesco para uma política moderna e arejada, tal acontecimento nos foi dado. Atualmente, a maioria dos envolvidos naqueles esquemas ilícitos que balançaram a cidade se encontram presos e com seus respectivos mandatos políticos extintos, de modo que a possibilidade de uma nova eleição para prefeito e vice se afigura cada vez mais real.

No entanto, um acontecimento isolado por si só não faz história. É certo que a operação Et pater filium teve o seu papel no desmanche de uma política indecorosa e suja que até então imperava, mas tal operação foi apenas o primeiro passo nesse processo. Cabe agora a nós, o povo, darmos os passos seguintes, e isso envolve cobrar daqueles que almejam disputar a cadeira do executivo municipal, respostas para as questões fundamentais que envolvem o munícipio – uma destas, ao meu ver, diz respeito ao desenvolvimento local e a geração de empregos.

Não é segredo para ninguém que a ausência de trabalho e oportunidades constitui uma das maiores reclamações do cidadão canoinhense, que, no mais das vezes, se vê obrigado a recorrer as indústrias da vizinha Três Barras, migrar para cidades mais desenvolvidas (como Joinville, Jaraguá do Sul, Curitiba, etc.) ou então, recorrer a trabalhos informais a fim de ganhar a vida. No entanto, vem ano e vai ano, entra um político e sai outro, e este continua a ser um tema pouco abordado, para não dizer intocado.

É certo que a cidade conta com uma boa base agrícola e com um comércio bem consolidado, os quais, inegavelmente, sanam parte do problema e contribuem para a geração de emprego e renda, contudo, é preciso que se vá além se quisermos uma cidade desenvolvida no sentido mais verdadeiro da palavra, e um dos pontos para isso envolve o fortalecimento de um aspecto que ainda é muito deficitário em nossas terras, a saber, a industrialização.

Um investimento de tal porte acarretaria, para além da geração de empregos diretos (no seio da indústria), a geração de empregos indiretos, seja na área de prestação de serviços, seja no espaço do comércio, o qual, com a economia aquecida em função da atividade industrial e com um aumento do nível de consumo, também veria o seu fluxo aumentar, levando, por consequência, a contratação de mais indivíduos para trabalhar em seus meios.

Obviamente, este processo não deve ser feito sem maiores cuidados – há que se pesquisar e saber qual tipo de indústria e/ou indústrias melhor beneficiariam a cidade, estudar os impactos das mesmas a curto, médio e longo prazo a fim de se precaver e reduzir os negativos, não descuidar do campo e do setor agrícola a fim de evitar o êxodo rural, oferecer suporte e cursos para que a população, sobretudo a mais carente e a que mais precisa de emprego, tenha condições e aptidões para se inserir nas diversas atividades que tal setor (industrial) comporta e exige. Se bem pensado e executado, a cidade como um todo só teria a ganhar, tanto em arrecadação e modernização quanto em qualidade de vida.

Para tanto, precisaremos de uma gestão a altura, com vontade e competência para mudar, inovar e transformar; uma gestão que vá além da mera construção de asfaltos ou festas a la pão e circo, e que pense nas problemáticas que realmente importam a Canoinhas e sua população. Uma gestão que tenha a coragem de enfrentar os poderes locais que desejam que nosso município permaneça no atraso. Uma gestão, enfim, que faça a cidade ser conhecida pelo que tem de melhor e não por esquemas de corrupção que beneficiam apenas os bolsos de alguns poucos. Aqui, insisto novamente: está em nossas mãos o dever de aproveitarmos o cenário de mudança política em nossa região e lutar para que uma tal gestão aconteça. Do contrário, a tendência é que Canoinhas fique conhecida sempre como uma cidade que parou no tempo. Uma cidade que poderia ser, mas não foi.

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