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Preservacionista ou conservacionista: como você se identifica?

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As palavras parecem ter o mesmo significado, mas, o sentido delas é bem diferente

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Você sabe a diferença entre preservação e conservação? As palavras parecem ter o mesmo significado, mas, o sentido delas é bem diferente.

Conservação implica em uso racional de um recurso natural, ou seja, em adotar um manejo que garanta a autossustentação do recurso explorado para as futuras gerações

Já preservação apresenta um sentido mais restrito, significando proteção integral com intocabilidade para evitar perda de biodiversidade, ou seja, não o utilizar, mesmo que racionalmente.

Para muita gente pode parecer a mesma coisa ou causar alguma confusão. Mas os dois conceitos são discutidos há muito tempo e formam duas correntes ideológicas distintas no que diz respeito à relação do homem com a natureza. Na segunda metade do século XIX, iniciou-se uma tendência mundial de criação de áreas naturais protegidas como resposta aos efeitos destrutivos que nosso modelo de sociedade causa aos meios naturais. Com o passar do tempo, no entanto, uma questão igualmente importante tornou-se foco de disputas e posicionamentos distintos sobre essas áreas: elas podem ou não ter presença humana?

Os preservacionistas defendem que as áreas naturais não devem sofrer interferência humana. O maior expoente dessa corrente foi o naturalista John Muir. Para ele, o natural é algo que prescinde da ação e ocupação humana, por isso deve se manter intocado.

Já os conservacionistas defendem a possibilidade de manejo sustentável dos recursos naturais. Por volta de 1940, o cientista e ecologista Aldo Leopold, propôs um manejo que visasse proteção. Para ele, na conservação a participação humana precisa ser de harmonia e sempre com intuito de proteção.

A inclusão das necessidades sociais tem sido uma constante nos movimentos ambientalistas, que têm incluído alternativas de renda que visam a melhoria da qualidade de vida humana com práticas que enfocam e valorizam a natureza local. Esta abordagem resulta da impossibilidade e da injustiça de se pensar em conservar espécies e ecossistemas ameaçados, quando as condições de humanas são indignas. Com base nesse novo pensar surgiu o termo ‘socioambiental’, onde o social e o ambiental são verdadeiramente tratados de maneira integrada.

Trazendo esses conceitos para nossa realidade, nos confrontamos com a questão de um dos grandes tesouros do Planalto Norte, que são as nossas áreas de caíva ou invernadas. São as áreas onde ocorre a extração da erva-mate nativa e onde se mantem parte dos rebanhos animais em determinados períodos do ano.

O viés preservacionista da lei afirma que os animais são prejudiciais aos remanescentes florestais e que devem ser proibidos. Por outro lado, se olharmos com aspecto conservacionista, podemos verificar que a presença do animal é integrada ao manejo dos ervais nativos, pois ajuda a mantê-los mais abertos, com mais luz e consequentemente melhora sua produção.

Eu acredito na valorização de quem conservou áreas de florestas nativas. Mas, para isso, precisamos implantar na prática, de uma vez por todas, a política de pagamentos por serviços ambientais e gerar tecnologias adaptadas que melhorem o processo produtivo com menos impacto ambiental. E você? O que acha disso?

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