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Pandemia: Alesc participa de reunião com governo e prefeitos

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Secretário André Motta Ribeiro, abriu a reunião e deixou claro que “o momento é muito complexo”

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A Assembleia Legislativa participou de uma reunião virtual que uniu o governo do Estado, prefeitos e associações de municípios para debater o quadro atual da pandemia no território catarinense. O evento, realizado na manhã desta quarta-feira, 10, foi mais uma etapa de mobilização e encaminhamento de estratégias para o enfrentamento da covid-19 entre os poderes Executivo e Legislativo.

 

 

 

O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, abriu a reunião. Deixou claro que “o momento é muito complexo” e, apesar da mobilização, a “demanda tem sido maior do que a capacidade de todas as instituições envolvidas no enfrentamento da pandemia.” Por outro lado,  destacou que o Estado está mais próximo das regiões, citando o exemplo do apoio oferecido ao Oeste de Santa Catarina. Segundo ele, as ações serão replicadas em outras regiões.

 

 

 

A questão do lockdown foi o principal questionamento da maior parte dos participantes da reunião. Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB) comentou que, apesar das restrições dos finais de semana, as pessoas não estão ficando em casa. Na sua avaliação, fechar o comércio é um problema grave para quem gera emprego. “Não acho que se deva reduzir o horário, mas estender. O comércio deve ficar até as 20h, no sábado até as 18h. Os bancos têm que abrir mais cedo e fechar mais tarde, pois lá acontece a aglomeração. Não há aglomeração nas lojas. Precisamos fiscalizar mais, notificar mais, ter mais policiais nas ruas.”

 

 

 

Em Chapecó, explicou o prefeito João Rodrigues (PSD), a situação ainda está complicada. “Mas estamos estabilizando o índice de contaminação. O que está grave é o número de internados, criamos 75 leitos de UTI. E há o problema de medicamentos para manter as UTIs.” Sobre o lockdown, ele lembrou que o município fez uma parada de 14 dias, mas o efeito não foi o esperado. “Seria um castigo um novo lockdown em Chapecó. Praticamente o Oeste inteiro parou nos 14 dias. O comércio foi castigado, mas as pessoas não fizeram a sua parte, muita gente achou que estava em férias.” Rodrigues também falou sobre o problema das agências bancárias e sugeriu que seja feito um contato com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para que os horários possam ser ampliados. O governador Carlos Moisés (PSL) respondeu que o assunto pode ser levado adiante.

 

 

 

Representantes das cidades litorâneas também se manifestaram contrários à interrupção das atividades comerciais. O prefeito de Porto Belo, Emerson Stein (MDB), lamentou que continua existindo muita movimentação de pessoas de todo o Estado, que vêm para as praias na cidade, além de Bombinhas e Itapema. “Mas quem tem comércio pequeno precisou fechar, enquanto as baladas, bares e festas continuam acontecendo.”

 

 

 

Em Bombinhas, contou o prefeito Paulinho (DEM), a cidade depende do turismo. “E os comerciantes que têm cuidado e colocado em prática os protocolos de segurança estão pagando o preço. Esse modelo de lockdwon não dá resultados. Tenho 39 praias na cidade e estão fechando hotéis, restaurantes, pousadas, que representam 80% da nossa receita.”

 

 

 

Fabrício Oliveira (Podemos), prefeito de Balneário Camboriú, reforçou o questionamento. “Nossa indústria aqui é o comércio. Falo do consumo local, regional. E sobre o fechamento no fim de semana, na primeira quinzena de fevereiro tivemos 915 casos de Covid, nos últimos 15 [com as restrições vigorando} foram 920 casos”, explicou, dando a entender que não existiu uma melhora no controle da contaminação. “A cidade está sendo muito prejudicada.”

 

 

 

PRESERVAÇÃO DA VIDA
O presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal (MDB), afirmou que “a preservação da vida tem prioridade”, mas lembrou que o setor produtivo não pode ser paralisado totalmente. O parlamentar indagou se as medidas adotadas nos últimos finais de semana surtiram efeito. De acordo com o secretário de Saúde, os dados ainda precisam ser consolidados. “Mas é muito claro que tivemos um impacto positivo maior no Extremo Oeste e Oeste e percebemos também em outros municípios. Os dados são preliminares, mas há indicativo de que as medidas tiveram efeitos bons.”

 

 

 

Uma voz divergente foi a do prefeito de Lages, Antônio Ceron (PSD). Na opinião dele, é necessário mais rigor. “Volto a dizer que fechar o comércio às 23h é uma medida inócua. Vou me valer dos números de Chapecó, as medias restritivas [durante 15 dias] lá tiveram diminuição de 30% dos casos. Em Lages aumentou 60% no mesmo período. Abrir tudo não é solução. Os exemplos do mundo apontam que, com as restrições, é que vieram os resultados.”

 

 

 

MEDIDAS DE CONTROLE E AMPLA FISCALIZAÇÃO
Prefeitos que participaram da reunião com a Alesc e o governo estadual souberam em primeira mão as medidas que serão adotadas para a próxima semana. Basicamente, serão repetidas as ações dos finais de semana anteriores, com a manutenção do reforço policial para a fiscalização.

 

 

 

O procurador-geral do Estado, Alisson de Bom de Souza, explicou que as medidas iniciam a partir de sexta-feira, às 23h, e valem até as 6h da segunda-feira, dia 15. “Continua a suspensão de atividades e serviços e ficam autorizados somente os estritamente essenciais. Para dias úteis, até o próximo dia 19 de março, teremos restrição de algumas atividades no horário das 23h59 às 6h. Casas noturnas continuam proibidas de funcionar e o consumo de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos só pode até 21h, enquanto o transporte coletivo poderá funcionar com 50% de capacidade.”

 

 

 

A fiscalização feita pelas polícias civil e militar agora terá o reforço do Corpo de Bombeiros. Souza frisou ainda que há a possiblidade de ser determinado pela Secretaria de Saúde que outros servidores com competência possam ajudar. “As medidas são para todo o território estadual, mas regionalmente é possível medidas mais restritivas.”

 

 

 

O secretário de Estado da Casa Civil, Eron Giordani, contou também que está prorrogado o trabalho dos 500 policiais destacados exclusivamente para a fiscalização por mais uma semana. “Além disso, a partir de sexta feira começa uma campanha publicitária em todos os veículos de comunicação para despertar a sociedade sobre a necessidade de cumprimento de regras e isolamento.”

 

 

 

INVIABILIDADE DE DECISÃO ÚNICA SOBRE RESTRIÇÕES
O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) reconheceu que não há como atender todos os interesses locais no enfrentamento da pandemia e que é inviável uma tomada de decisão única até o fim do ano. “É o nosso diálogo que vai fazer com que as medidas atendam a maioria dos problemas da população.”

 

 

 

Questionado por vários prefeitos sobre o número alto de decretos restritivos, o chefe do Executivo respondeu que não há como estabelecer uma regra única. “A previsibilidade de ações é muito difícil, pois tudo é feito levando em conta as condições de cada momento e que mudam constantemente. A pandemia não gera previsibilidade.” O governador citou o exemplo de Criciúma e do governo do estado do Espírito Santo, que ofereceram leitos de UTI para ajudar a alta demanda. “Mas em seguida suspenderam por causa das mudanças locais.”

 

 

Para ele, somente a união de esforços vai propiciar condições para o enfrentamento da crise. “ Sei que não haverá unanimidade, mas as medidas contêm a circulação de pessoas no fim de semana. Não estamos propondo uma ruptura. Temos a possibilidade que cada prefeito adote medidas mais restritivas com apoio do governo estadual.” Moisés também destacou que não acredita no fechamento total das atividades. “Precisamos aprender a conviver com o vírus circulante enquanto as vacinas não chegam.”

 

 

 

MAIS POSICIONAMENTO DE PREFEITOS
Itajaí: Volnei Morastoni (MDB) avaliou que são necessárias a manutenção de medidas restritivas e o oferecimento de mais leitos de UTI. “Algo que é imprescindível são as vacinas, não podemos ficar no ritmo nacional de vacinação. Precisamos pactuar para que a Fecam e os consórcios municipais possam atuar [na compra de vacinas]. Por fim, precisamos despolitizar a questão da Covid. Gostaria que a coordenação nacional pudesse discutir protocolos precoces. Já há provas evidentes do funcionamento deles, para prevenção e tratamento.”

 

 

Rio do Sul: Para José Thomé (PSD), o fechamento das atividades comerciais vai aumentar o desmprego e a violência. “Há 183 entidades empresariais contrárias ao lockdown total.” Ele destacou ainda uma ação que, em sua avaliação, pode servir para outras regiões. “Estamos cedendo oito médicos, quatro enfermeiros e 12 técnicos de enfermagem para atuar no Hospital Regional. Aprovamos em regime de urgência uma lei na Câmara dos Vereadores para isso.”

 

 

Grande Florianópolis: Representando os prefeitos dos quatro maiores municípios da região, o prefeito da Capital, Gean Loureiro (DEM), chamou a atenção para a real possibilidade da Grande Florianópolis viver o colapso ocorrido no Oeste do Estado. “Hoje os hospitais privados fecharam o atendimento de emergências, aumentando a carga nas unidades de pronto atendimento municipais. É preciso trabalhar a fiscalização e a diminuição da circulação das pessoas e medidas regionais conjuntas.”

 

 

 

Joinville: Segundo Adriano Silva (Novo), a cidade continua com o sistema de saúde colapsado. “Sobre vacinas, precisamos ainda atender cinco mil profissionais de saúde.” Outro problema local são as praias de municípios vizinhos. “As pessoas vão, adoecem e voltam para cá. Todo fim de semana prolongado há um aumento significativo de pacientes contaminados. Não é o comércio o culpado, o problema são bares, boates e festas.”

 

 

Blumenau: Mário Hildebrandt (Podemos) avaliou que as medidas estaduais são fundamentais. “Não há efetividade quando é decisão local.” Ele também demonstrou preocupação sobre a notícia de um possível uso da vacina tríplice viral, que está em teste pela UFSC. “Sou a favor, mas precisa cuidar para não criar esperança sobre algo que ainda não tenha confirmação científica.”

 

 

Araquari: Clenílton Pereira (PSDB), que preside a Federação Catarinense de Municípios (Fecam), comentou que a prorrogação do trabalho dos 500 policiais destacados para ações de fiscalização é fundamental. Ele também referendou a campanha publicitária prometida pelo governo. “Se não mudar a cultura da população, vai continuar tudo como está.”

 

 

 

PARLAMENTARES
Participaram também da reunião com prefeitos e autoridades estaduais a deputada Paulinha (PDT) e os deputados Neodi Saretta (PT) e José Milton Scheffer (PP).

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