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O que será do Brasil de 2022?

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Jornalista escreve sobre a polarização entre direita e esquerda no Brasil

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José Ernesto Wenningkamp Jr*

Nos últimos dias pensei em muitas questões, formas, situações e até hipóteses as quais eu poderia vir a levantar nessa que será a minha primeira coluna aqui. Falar de política pode ser complexo e quando falamos da região norte catarinense e sul paranaense tudo fica ainda mais nebuloso.

Porém tudo precisa ter um início, e para isso é preciso falar do Brasil de  2022,  onde, segundo dados do TSE de 2020, quase 148 milhões de brasileiros devem ir às urnas. Brasileiros estes que devem, segundo as últimas pesquisas eleitorais divulgadas conviver com a polarização entre o Brasil de Bolsonaro ou a volta do Brasil de Lula.

Mas aqui fica uma questão, como chegamos até esse ponto? Uma questão pertinente e que deve sempre ser feita com olhos mais abertos do que nunca.

Tudo parece nos levar a viver aquela velha sina que já foi repetida no último pleito, porém 2022 já se mostra um tanto quanto difícil. Difícil no sentido literal da palavra, que segundo o dicionário significa “que demanda esforço intelectual para ser entendido; complicado, obscuro”.

Agora se você, leitor, está pensando que eu estou exagerando, trago aqui alguns pontos que foram levantados em uma pesquisa rápida pela internet. De um lado temos Jair Messias Bolsonaro, atual presidente da República, e que desde quando era apenas um deputado do baixo clero do Congresso, bradava aos quatro cantos que o golpe militar de 1964 não havia sido golpe, que uma colega congressista não merecia ser estuprada pois, segundo ele, era feia. Porém para contextualizar a fala deste jornalista, basta prestar atenção a tudo o que foi feito por Bolsonaro desde que ele assumiu o cargo de presidente. Os assuntos e as desculpas são as mais variadas, vão desde as eleições de 2018 terem sido fraudadas até apoio a manifestações antidemocráticas. Tudo isso, é claro, serve como pólvora pura para a sua base.

Agora a questão muda de lado, e vamos falar do ex-presidente Lula e a sua até agora indefinida pré-candidatura ao Planalto. O ex-metalúrgico já participou de inúmeras campanhas ao cargo de presidente da República desde a redemocratização do País. Porém, se observarmos apenas os pleitos realizados no século passado, e que ele perdeu, podemos notar um Lula acusador e questionador. Porém, na virada do século, uma chave parece ter sido virada também, e o então sempre candidato percebeu que precisava conversar com todos e deixar as acusações de lado, o resultado disso a gente já conhece. Agora se pularmos para 2022, percebemos um Lula em cima do muro, que ao mesmo tempo acusa e dá declarações, ditas polêmicas, como a possibilidade de regular a mídia brasileira, também conta com um pré-candidato a vice presidente, que é ninguém mais que o seu velho algoz Geraldo Alckmin, político fortemente ligado a centro-direita.

  Para que a gente possa entender o que os principais pré-candidatos ao cargo de presidente da República têm a ver um com o outro e como isso gera uma polarização política cada vez maior e mais pesada para a tão frágil democracia brasileira, trago trechos do artigo A nova polarização política nas eleições de 2014: radicalização ideológica da direita no mundo contemporâneo do Facebook, de Fabricio Brugnago e Vera Chaia, publicado lá em 2015.

Em certo momento, os autores citam Bobbio (1995), que diz que tanto direita como a esquerda são formadas por um pensamento a partir de uma díade, ou seja, “uma forma de pensamento em que a existência de um implica, necessariamente, a existência do outro”.

Agora, ao mesmo tempo é necessário tomar alguns cuidados quando falamos sobre toda essa polarização política que tomou conta do Brasil desde aquelas manifestações em meados de 2013.

Não podemos afirmar que a pré-campanha vive de dois extremos políticos, onde em cada lado encontram-se as extremas, seja direita ou esquerda. A polarização que vivemos atualmente e que precisamos entender é aquele jogo de cartas que a política brasileira virou, onde quando um político traz determinado assunto, uma parcela do outro lado torna imediatamente aquilo fonte para a criação de mais uma forma de politizar tudo aquilo que os brasileiros vivem.

A polarização política é assunto não somente para esta coluna, e com certeza até o momento do pleito eleitoral voltará a cena. Porém, antes de encerrar esse texto peço a licença a Rafael Poço e Rodrigo Almeida autores do artigo Polarização em 2022 e a assimetria que poucos enxergam, publicado pelo jornal Nexo. No texto os autores dizem que é de suma importância não cairmos no sentimento fatal de que ambos os candidatos são as únicas opções para o Brasil.

A todos fica o questionamento: o que será do Brasil de 2022?

Até a próxima.

*José Ernesto Wenningkamp Jr é jornalista

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