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O que já se sabe sobre o assassinato do ex-secretário de Major Vieira, Sérgio Lezan

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Os dois presos nesta terça têm extensa ficha criminal e um já cumpriu pena em São Paulo

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As Polícias Civil e Militar de Canoinhas seguem nas investigações tentando identificar um possível mandante do assassinato do ex-secretário municipal de Major Vieira, Sérgio Roberto Lezan, 56 anos, morto com quatro tiros (e não três como informado anteriormente) na manhã desta terça-feira, 14, em frente ao Ginásio de Esportes de Major Vieira. Em entrevista ao programa Fala Cidade da rádio 98FM (ouça a entrevista no player abaixo), na manhã desta quarta-feira, 15, o delegado regional Eduardo Borges e o comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Canoinhas, tenente-coronel Silvano Sasinski, trouxeram novos detalhes da operação que prendeu na noite desta terça, dois suspeitos da execução do policial militar da reserva.

Segundo Borges, logo que ocorreu o crime, uma equipe de policiais civis foi até o local e começou a reunir as informações, identificação de testemunhas que presenciaram o fato e vizinhos das proximidades. “Iniciamos as oitivas (tomada de depoimentos) das testemunhas e passamos a coletar os depoimentos. Com a chegada dos outros policiais e, principalmente, a presença massiva da Polícia Militar e da Agência de Inteligência, conseguimos coletar imagens, quando foi possível identificar o rumo adotado pelos suspeitos, levando as viaturas a partirem em perseguição”, contou o delegado.

Através das imagens de câmera de segurança que flagrou a fuga dos assassinos em uma motocicleta, os policiais conseguiram identificar um antigo proprietário da moto. Essa pessoa contou que vendeu a motocicleta no sábado passado, contudo, Borges ressalta que este comprador não é nenhum dos dois detidos, o que suscita a hipótese de que este terceiro seja mandante do crime.

Agora, as investigações seguem para encontrar a pessoa que comprou a moto e outros elementos. O veículo foi comprado em dinheiro vivo.


OUÇA A ENTREVISTA

CAÇADA

Uma equipe da Polícia Militar conseguiu identificar um dos suspeitos na localidade de Rio Bonito, interior de Papanduva, no começo da noite desta terça. Ele estava com a motocicleta e as mesmas roupas usadas durante o homicídio. Pouco depois, em outro local, o segundo acusado foi preso. “Uma pessoa viu a motocicleta, e através da motocicleta se chegou ao primeiro e depois se chegou ao segundo suspeito”, explicou Sasinski.

A área de difícil acesso fica a mais de uma hora e meia do centro de Papanduva e não tem nem cobertura de internet.

Um dos presos levava na meia R$ 3,3 mil em cédulas de R$ 100, além de R$ 800 em notas de R$ 100 no bolso.

Para o comandante da PM, as ações policiais nesse tipo de operação nas primeiras horas a partir do crime são cruciais. “Se nós não prendermos em até seis horas, ou, neste caso, até o entardecer, o trabalho dificulta muito e a possibilidade de prisão em flagrante vai diminuindo a cada momento que vai passando”.

Após identificados os suspeitos eles foram ouvidos pelo delegado regional na presença dos respectivos advogados. “Um negou (o crime) de forma sucinta e o outro exerceu o direito de permanecer em silêncio. A partir do momento que ele exerce o direito de permanecer em silêncio, não posso mais fazer questionamentos. Nossa legislação veda isso”, relatou o delegado.



OS PRESOS

Os suspeitos presos são da região e têm 31 e 27 anos, respectivamente. Os nomes, contudo, não foram revelados porque a legislação proíbe as autoridades de expor suspeitos. Ambos possuem antecedentes criminais, sendo crimes contra o patrimônio, roubo e furto. Um deles esteve preso em São Paulo durante um período e tem uma tatuagem de palhaço que cobre boa parte das suas costas. No léxico criminal, tatuagem de palhaço simboliza “matador de policiais”. Eles não têm parentesco e segundo Borges, o que negou a autoria disse que eles não se conhecem. “As investigações estão em andamento, estamos avançando na busca de identificar as razões específicas do crime que foi praticado”, ressaltou o delegado regional.

A dupla foi presa em flagrante, mas a permanência deles na cadeia depende do Judiciário. “Uma vez encaminhado o auto de prisão ao Poder Judiciário, o juiz realiza a audiência de custódia. Não sei se já foi realizada ou não, mas na audiência de custódia, o juiz decide se mantém eles na prisão preventiva ou libera mediante outras circunstâncias”, esclareceu Borges.

Os suspeitos foram submetidos à audiência de custódia na tarde desta quarta, realizada por videoconferência e presidida pelo juiz da Vara Criminal da Comarca de Canoinhas, dr Eduardo Veiga Vidal. O flagrante foi homologado pelo magistrado e a prisão foi convertida em preventiva, medida que, por não ter prazo limite, durará enquanto for necessária às investigações ou a eventual ação penal.


INDÍCIOS

No local, a perícia conseguiu coletar alguns fragmentos de material genético, alguns elementos, e a polícia deve trabalhar agora com a investigação tecnológica, para comprovar os locais, aparelhos celulares, identificar onde que eles estavam e com isso comprovar a autoria. “A investigação ainda está aberta quanto à motivação, temos várias linhas sendo seguidas, lógico, a relação das denúncias é uma dessas linhas, mas existe outras linhas também, como questões financeiras. O Lezan era um homem muito ativo na comunidade, ele tinha participação em várias redes sociais, ele tinha acesso a várias pessoas, e vários círculos diferentes da comunidade. A motivação é um elemento ainda a ser perseguido e nós não descartamos nenhuma das possibilidades”, argumentou. Borges fazia menção direta a suspeita levantada pelo fato de ele ter sido um dos denunciantes do que desencadeou a Operação Conta Zerada em Major Vieira.



TESTEMUNHAS

Algumas testemunhas narraram à polícia que os suspeitos já estavam sondando nas proximidades há dias. “Uma das testemunhas contou que não viu exatamente o início, mas teve essa impressão de que Lezan tinha aberto a porta. Porém, a prova testemunhal está dando uma visão um pouco diferente. O perito não entregou o laudo, não temos acesso ainda aos detalhes dessa perícia, mas talvez o assassino e não o Lezan tenha aberto a porta para conversar. Talvez não tenha sido um diálogo em si, mas só uma reação”, revelou o delegado.

Sasinski acredita na elucidação rápida do caso. “Nós estamos de luto porque foi um integrante da nossa corporação que faleceu, que foi executado, mas também estamos de alma lavada, porque em menos de seis horas, conseguimos trazer o primeiro indício e os primeiros suspeitos detidos. Todos os policiais militares, civis e rodoviários federais que participaram, a minha continência, o meu respeito. Logo a frente tenho a certeza que a gente vai trazer toda a elucidação desse caso”, finalizou o comandante.

Além das Polícias Militar e Civil, a ação contou com a participação de policiais rodoviários federais, da Polícia Ambiental e do helicóptero Águia da PM. Policiais de folga de outras cidades também se dispuseram a participar da operação.

LAUDO

De acordo com a Polícia Científica, quatro tiros atingiram Lezan: dois na cabeça e dois no tórax. No entanto, os projéteis encontrados ainda serão analisados pelos peritos para delimitar o calibre da arma. O laudo não deve sair nesta quarta-feira, 15. A perícia tem dez dias para apresentar o laudo.

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