As pessoas não sabem ser “profissionais francos”
Franqueza, palavra que significa lisura e sinceridade. Remete a um valor que aos poucos vai se perdendo dentro das organizações empresariais e cotidiano. Atualmente, ser verdadeiro afasta as pessoas, taxando o sincero de grosseiro ou no mínimo inconveniente.
Com o passar dos anos, as pessoas se tornam cada vez mais “politicamente corretas” e deixam, inclusive, de emitir opiniões, ideias ou de expressar sentimentos para se tornarem mais sociáveis. Esse movimento social atingiu em cheio as empresas brasileiras do século XX e XXI.
Ser franco dentro de uma empresa é tema de best sellers, palestras e entrevistas. É cultuado como um valor imprescindível para o sucesso nos negócios. Em várias cadeiras universitárias de Gestão de Pessoas, a franqueza é tratada como um dos principais valores para ascensão profissional. Então por que na prática isso não acontece? Vamos aos pontos:
1 – As pessoas não sabem ser “profissionais francos”. Confundem atitude proativa, com voz alta e grosseria. Colocam as ideias de forma agressiva e caso a ideia não seja aceita pelo líder, interpretam como perseguição ou desprezo;
2 – Os líderes não sabem gerir “pessoas francas”. Interpretam ideias e verdades como intromissão ou inconveniência. Se blindam ao não quererem ouvir para não saírem do conforto de suas posições e remunerações;
3 – A empresa não adota a franqueza como valor fundamental. No quadro de valores, dificilmente se prega a sinceridade como virtude global. Fica claro que se os dois lados, ouvinte ou falante, não são educados para um ambiente franco, não haverá comunicação assertiva e volta-se aos problemas 1 e 2.
A franqueza quando adotada como valor fundamental, tem o poder de sempre canalizar a energia de toda a equipe para a SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS. Não interessa quem falou, para quem falou e o quê falou, o líder precisa utilizar a sua percepção aguçada para avaliar se a informação que chega é relevante e agir imediatamente. Essa informação sincera pode ser sobre falta de desempenho de um setor, atitudes erradas dentro da equipe, ou até mesmo erros causados pelo próprio líder. É DEVER DE UM BOM LÍDER ouvir todas as opiniões, ideias, reclamações do campo profissional. Reclamações e opiniões de ordem pessoal não fazem parte do papel do líder. Nesse caso o líder delibera sobre ouvir ou não.
A famosa ferramenta de administração MELHORIA CONTÍNUA, perde sua potência em um ambiente onde a franqueza não está presente, porque sem ela tudo sempre estará bom, logo, não há o que se melhorar. Esse é o início da morte de uma empresa.
