Embora com roteiro mediano, produção é espetacular
O SENHOR DOS ANÉIS – OS ANÉIS DE PODER
Com uma audiência abaixo da expectativa, a Amazon entregou na semana passada a segunda temporada de seu mais ambicioso projeto. Contar, em cinco temporadas, o prelúdio de um dos maiores sucessos do cinema – a trilogia O Senhor dos Anéis.
Quando os filmes começam, resta um dos nove anéis que teriam sido forjados séculos antes. É essa gênese que a série da Amazon aborda.
A primeira temporada foi morna e arrastada, com pouca ação e muito diálogo, a fim de deixar claro ao espectador todos os povos da Terra Média e suas peculiaridades. A correção dessas falhas veio com força nesta segunda temporada, com muita ação e imagens deslumbrantes e detalhadas do fantástico mundo criado por Tolkien. Se vivo estivesse, nem ele, creio, conceberia que sua imaginação poderia ser reproduzida com tamanho esmero.
O triste (e isso não é uma peculiaridade dessa série) é ver um roteiro tão fraco. Não li os livros, mas creio que o roteiro siga as premissas de Tolkien, porém, claro, um roteiro adaptado de um livro tem muitas situações que precisam ser, justamente, adaptadas. É aí que se percebe uma fraqueza imperdoável dessa segunda temporada. Há furos que certamente não existem nos livros. Ao longo de vários episódios vemos Galadriel (Morfydd Clark) atravessando o planeta para avisar o mestre Celebimbror (Charles Edwards) que Sauron (Charlie Vickers) está rondando seu reino. Enquanto isso, o maléfico pinta e borda no reino de Celebimbror. Em determinado momento nessa lenga lenga, o mestre manda uma carta ao reino de Galadriel. Inexplicavelmente, a carta chega a jato ao reino distante. Não seria mais fácil mandar uma carta para Celebimbror do que viajar por semanas, sendo capturada por orcs e tudo o mais?
Tirando as falhas e fraquezas do roteiro, você vai encher os olhos de tantas belezas. Cada dólar investido é visível. Apesar de tudo, estou ansioso pela terceira temporada.