quinta-feira, 28

de

março

de

2024

ACESSE NO 

“Não durmo há dias”, diz vereador sobre pedido de CPI

Últimas Notícias

- Ads -

Osmar Oleskovicz fez um desabafo na sessão desta segunda-feira

- Ads -

Quatro dias depois de os vereadores de oposição pedirem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a compra de livros por parte do governo Beto Passos (PSD) em 2017, o então secretário de Educação à época, hoje vereador Osmar Oleskovicz (PSD), fez um discurso exaltado ao utilizar a tribuna na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira, 6.

“Não durmo há três ou quatro dias”, começou. Na sequência ele se queixou de não ter sido procurado pelos colegas antes de anunciarem a CPI. “Ninguém foi me perguntar sobre a compra de livros. Em 2004 teve uma denúncia contra um vereador colega nosso. Ele tinha família. Podem procurar em jornais da época, ninguém falou uma palavra sobre o colega. Nós somos amigos, por que vocês não me procuraram? Você é meu colega de profissão Homer. Todos são suspeitos de serem ladrões. Estão me chamando de A Menina que roubava livros. Um líder do seu partido vereadora Zenilda compartilhou isso. Eu não estou bem, estou tremendo. Não adianta ir na missa, rezar e falar dos outros sem dar o direito a defesa”.

Na sequência Oleskovicz falou sobre a suspeita. “Vamos aos fatos. Em 2017 o prefeito Beto Passos esteve em Florianópolis e foi surpreendido com a promessa de R$ 2,3 milhões para compra de livros. Argumentei com ele que poderíamos reservar parte do dinheiro para construir um CEI (a verba era carimbada, ou seja, só poderia ser gastada com livros). Qualquer professor diz que foi entregue (os livros). Não defendo a equipe da Educação, eu me jogo no fogo pela equipe da Educação. São pessoas sérias, defendo todos eles. A Secretaria de Educação não recebe cheques, não tramitação dinheiro na Secretaria. Foi criada uma comissão para selecionar o material. Tudo feito da maneira mais transparente possível. Nunca se provou nada contra nossa equipe. Foi feito o processo licitatório e nós criamos uma comissão. As contas foram prestadas à ADR (Agência de Desenvolvimento Regional). Prestamos contas para o Governo do Estado. Fecha SDR, fecha ADR, não sei porque, perdeu-se a prestação de contas. A culpa não é nossa. Provamos com protocolo. Depois soube-se que tinha um processo na Secretaria de Estado da Educação. Uma sindicância foi instaurada para encontrar os livros. Nem todos foram encontrados porque alguns foram levados por alunos para casa durante a pandemia. Eram mais de 50 mil títulos. Deram um prazo para nos defendermos. Quando fomos entregar a defesa já tinham concluído a investigação sem a nossa defesa. Depois, misteriosamente, apareceu a prestação de contas, então pleiteamos o direito a defesa.”

Segundo Oleskovicz, a Controladoria Geral do Estado (CGE) mandou devolver o processo e pediu que a Secretaria refizesse toda a investigação. Depois de concluído o processos deve ser encaminhado novamente para a PGE. “Temos a defesa pronta desde agosto do ano passado. A coisa parece ter sido feita para estourar na eleição. Nunca fiquei devendo um centavo pra ninguém. Machucou e machucou demais. Quero pedir desculpas a todos os funcionários da Educação. CPI? Peguem os documentos e vejam que não precisa. Tem gente que tumultua, mas nunca foi à Secretaria questionar. Peço para sair porque não quero ser deselegante com ninguém. Semana que vem ouço vocês com muita calma. Hoje estou sem paciência.”

Na sequência Oleskovicz deixou o plenário.

Vereadora Juliana Maciel (PSDB) defendeu a CPI como forma de esclarecer os fatos e lembrou que nenhum dos vereadores de oposição chamou alguém de ladrão.

Tatiane Carvalho (MDB) falou sobre a prerrogativa dos vereadores de esclarecer os fatos suspeitos sob pena de serem acusados de prevaricação.

Zenilda Lemos(MDB) também destacou a importância da CPI para sair do campo das “falácias” para o campo dos “fatos”.

MUNICÍPIO

O Município também divulgou nota a respeito do pedido de CPI na semana passada. Na nota, o Município diz que “nossos alunos desde 2017-2018 estão usando o material didático – fato amplamente noticiado pela imprensa local e pelo Governo do Município. O material foi comprado por meio de processo licitatório, pois o Governo de Canoinhas presa pela boa utilização dos recursos públicos com lisura e eficiência. Os processos licitatórios são acompanhados pelos órgãos de fiscalização como Ministério Público, Tribunal de Contas e pela própria Câmara de Vereadores. Todas as dúvidas da Controladoria Geral do Estado estão sendo esclarecidas pelo Município. Ressaltamos, inclusive, que a própria CGE afasta do prefeito a responsabilidade pela compra do material didático. Muitos livros compunham kits com estante, baús, quebra-cabeça, tapete interativo para estimular a criatividade e a comunicação dos alunos. As diferenças de valores devem-se, em sua maioria, a estes acessórios que compunham os kits, e também pela desvalorização natural do material (há títulos que na época eram lançamento, por exemplo). O Governo do Município de Canoinhas presa pela qualidade do material que os alunos usam oferecendo livros com qualidade igual ou superior aos da iniciativa privada. Parte dos livros foi distribuída aos alunos – as chamadas obras consumíveis (livros que eram para preenchimento individual de cada estudante e para uso em casa, individual). Entendemos que os livros são elementos de construção do conhecimento que contribuem para a formação dos alunos e apoiam os professores na aplicação de seus conteúdos e é por isso que o Governo do Município adquiriu o material.Prefeito Beto Passos reitera a sua confiança na equipe da Secretaria de Educação que é preocupada em fazer o melhor pela comunidade escolar. Graças aos profissionais que trabalham com muito amor e dedicação e aos investimentos realizados, a educação de Canoinhas é de qualidade e exemplo para Santa Catarina e para o Brasil.”

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?