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Assassinato em São João do Triunfo pode estar ligada a série de crimes

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Polícia investiga dois assassinatos em Curitiba e outro no interior de Santa Catarina

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A Aliança Nacional LGBTI+ acredita que a morte do ativista Lindolfo Kosmaski em São João do Triunfo no dia 1º de maio pode estar ligado a crimes semelhantes ocorridos em Curitiba e Abelardo Luz (SC). Em comum o fato de todas as vítimas serem homossexuais.

 

 

 

 

Lindolfo foi encontrado morto dentro de seu carro à margem de uma rodovia  na localidade de Coxilhão Santa Rosa, em São João do Triunfo, onde morava. O corpo estava carbonizado e com marcas de dois tiros. Três suspeitos foram presos, mas a Polícia não deu detalhes sobre o trio sob o argumento de não atrapalhar as investigações.

 

 

 

Lindolfo era ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ele disputou a eleição para vereador na cidade em 2020, mas não se elegeu.

 

 

 

 

Em Curitiba, dois rapazes que vinham de outras cidades e moravam sozinhos foram mortos dentro de seus apartamentos com requintes de crueldade. A Polícia já sabe que eles receberam homens com os quais marcaram encontro por aplicativo de paquera.

 

 

 

 

O enfermeiro David Levisio, 30 anos, era natural do interior do Paraná e morava em Curitiba havia poucos meses. O corpo dele foi encontrado por amigos em seu apartamento, no bairro Lindoia, no dia 30 de abril, após três dias desaparecido. Segundo o delegado Victor Menezes, ele estava de bruços, com as mãos amarradas e um travesseiro no rosto.

 

 

 

Já Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, 25 anos, era de Campo Grande (MS) e cursava medicina em Curitiba desde 2017. Amigos também estranharam seu desaparecimento e chamaram a polícia após irem até o apartamento dele, na quarta-feira, 5, e encontrarem o imóvel trancado. O corpo estava coberto com uma manta até a cabeça e já apresentava sinais de decomposição, segundo a polícia. Marcos morava no bairro Portão, a cerca de 2 km de David.

 

 

 

 

Em Abelardo Luz (SC), o professor universitário Robson Paim, 36 anos, foi encontrado morto por familiares dentro de casa no dia 17 de abril. O carro dele foi localizado na mesma noite em Almirante Tamandaré, cidade da região metropolitana de Curitiba. Segundo informações da imprensa local, o caso é tratado pela polícia como latrocínio.

 

 

 

Para a Aliança Nacional LGBTI+, os quatro casos têm semelhanças que indicam uma ação coordenada. Devido à sequência de mortes violentas de gays, a Aliança Nacional LGBTI+ lançou um manual para evitar a violência lgbtifóbica, baseado nas orientações do Grupo Gay da Bahia (veja abaixo). Entre as 11 dicas estão cuidados com os encontros marcados por aplicativos e com os falsos gays e garotos de programa. Segundo dados do Grupo Gay Bahia, de 1975 até este ano, 312 pessoas morreram vítimas da lgbtfobia no Paraná. Nos últimos cinco anos, foram 83 mortes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Manual para evitar a violência LGBTIfóbica – 11 dicas para evitar ser morto(a) ou espancado(a) por pessoas LGBTIfóbicas

1 Não ande sozinho

Os grupos de ódio preferem como vítimas as pessoas mais vulneráveis. Pessoas alcoolizadas ou sob efeito de drogas, pessoas com aparência mais fraca, que estão andando sozinhas durante a noite em lugares com pouco ou nenhum movimento, portanto evite se colocar nestas situações.

 

 

 

 

 

2 Não reaja à ofensa verbal ou esbarrões

Uma das táticas dos grupos skinheads (extremistas) é promover um confronto e depois espancar a vítima. Eles podem passar e xingar, dar um esbarrão, derrubar a sua bebida, ou fazer algo infantil que lembra o bullying nas escolas. Se alguém te xingar gratuitamente ou provocar, procure uma autoridade policial e denuncie. Quando detidos/as, eles/as alegam que ocorreu uma briga comum, com trocas de ofensas.

 

 

 

 

 

 

3 Saia de perto

Uma outra prática comum é dizer que você estava dando em cima do/da agressor/a ou dando em cima de sua/seu namorada/o deles, criando qualquer tipo de intriga. Lembre-se que você estará sozinho e eles/as terão testemunhas caso sejam localizados. Se você ver grupos se aproximando, não deixe eles te abordarem, fique perto de outras pessoas ou saia do local. Normalmente eles vão abordar a vítima pedindo um cigarro ou isqueiro, depois perguntar por que você está olhando. Geralmente as agressões não precisam de motivos. Fique atento/a ao seu redor, mesmo em ambientes mais movimentados.

 

 

 

 

 

 

4 Falsos gays ou garotos de programa

Outro método comum são criminosos/as em bares, se passando por gays. As mulheres gayfóbicas geralmente ajudam nesta prática, apresentam os “amigos” e insistem para que você fique com eles. Esses/as criminosos/as podem ainda se passarem por gays ou por garotos de programa em aplicativos e locais de ‘pegação’, e na internet. Se você conheceu alguém através de aplicativos de encontro e acertou ter relação, peça uma foto do rosto da pessoa, faça um print e mande para duas ou três pessoas amigas. Peça também um número de telefone e/ou whatsapp, por fora do aplicativo, para maior segurança. Em caso de infortúnio, facilitará a identificação.

 

 

 

 

 

 

5 Não confie no anonimato dos aplicativos

Investigue se a pessoa é real ou fake. Tem redes sociais? Algum amigo seu conhece?
De preferência, marque o primeiro encontro em lugar público.
Informe um amigo sobre seus encontros, compartilhe localização/endereço.
Identificar na portaria, sem máscara, para câmeras de segurança.

 

 

 

 

 

 

6 Corra e grite

Caso você perceba que está em situação de risco, corra para um local movimentado e iluminado, grite alto por socorro. Esta tática inibe as agressões, pois chama a atenção de outras pessoas que podem ajudar você. Não tente lutar contra eles/as. Além de treinados/as para a violência, eles contam com estratégias para cometer esses crimes, conhecem o terreno onde atuam e estão em maior número.

 

 

 

 

 

 

7 No carro

No carro, prefira andar de vidros fechados, evitando abordagens inesperadas. Varie rotas, horários e locais onde estaciona. Assim que entrar no veículo, procure sair imediatamente ao invés de perder tempo procurando objetos ou mexendo no celular.

 

 

 

 

 

8 Não leve para casa

Grande parte dos assassinatos gayfóbicos ocorre quando a vítima leva desconhecidos/as mal intencionados/as para casa. Prefira pessoas indicadas por amigos e só faça programa depois de ter certeza que a pessoa é de confiança. Prefira motéis, hotéis, cinemões, vídeo-locadoras especializadas, locais com câmeras de segurança e não aceite convites para lugares desconhecidos. Se acontecer de levar para casa, não o/a esconda do porteiro ou de vizinhos, eles podem ajudá-lo na hora do perigo. É sempre bom ter uma relação amigável com esse pessoal.

 

 

 

 

 

9 Drogas e bebidas

Além de te deixarem mais vulneráveis, não aceite drogas e bebidas de estranhos/as pois podem conter soníferos – o famoso “Boa noite Cinderela”. Em um bar, boate ou balada, se você precisar ir ao banheiro, leve o copo consigo; caso esqueça o copo invente uma desculpa e jogue o líquido fora. No caso de sair para consumir em excesso substâncias que tiram a sua capacidade de julgamento, avise amigos/as e parentes. Não ande sozinho, pegue um táxi ou uber. Jamais aceite carona de estranhos/as.

 

 

 

 

 

 

10 No pior caso

Se você for vítima de alguma violência e não conseguir fugir, lembre-se de proteger órgãos vitais e a cabeça. Normalmente as vítimas são jogadas no chão, dominadas e chutadas com coturnos. Entre as armas mais usadas estão as armas brancas, utensílios com pregos, tacos de baseball e barras de ferro.

Fique em posição fetal e enrijeça a musculatura para amortecer os golpes. Lembre-se de gritar por socorro, mas proteja a cabeça com as mãos. Se tiver a oportunidade de fugir, fuja. Ou se finja de morto/a no pior das hipóteses.

 

Não pragueje, xingue ou diga que vai denunciar eles nesta hora, isso pode irritá-los/as mais ainda.

 

 

 

 

 

 

11 Denuncie, registre – LGBTIfobia é Crime

Se você ver algum movimento suspeito, alerte as pessoas próximas, as autoridades policiais e seguranças dos estabelecimentos. Se for testemunha, fotografe ou filme de maneira que não te coloque em risco, até mesmo antes da situação ficar tensa. Denuncie sempre para a polícia e nunca deixe de registrar o boletim de ocorrência se você for vítima. São estes dados que ajudam a criar política públicas de segurança mais eficientes.

 

 

Denuncie o caso aos grupos de defesa de LGBTI+
Denuncie na Central de Central Nacional de Denúncias da Aliança Nacional LGBTI+
Ligue para o Disque 100, é um número onde você pode denunciar qualquer violência, inclusive as você apenas presenciou.

 

Lembrem-se: ainda estamos em pandemia. Isolamento social ainda é a melhor escolha, até a vacina chegar para todo mundo.

 

 

 

Manual elaborado pela Aliança Nacional LGBTI+ e parcerias, baseado na cartilha “Gay vivo NÃO dorme com o inimigo” e o “ALERTA: 10 dicas para evitar ser morto(a) ou espancado(a) por um LGBTIfóbico”, do Grupo Gay da Bahia – GGB
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