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Juros e inflação nas alturas. E agora?

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Como contribui com o agravamento ou melhoria da crise?

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O ano de 2022 está sendo marcado por uma profunda crise econômica global. Reflexo principalmente da pandemia (2020 e 2021) e intensificado pela Guerra na Ucrânia. É perceptível em nosso cotidiano que os fatores de produção estão em desequilíbrio. As indústrias e agricultura, bases da produção mundial, não conseguem atender a demanda por produtos, causando desabastecimento, alta nos preços (inflação) e consequente ALTA NOS JUROS. No Brasil, a nossa taxa básica (referência) de juros é a Taxa Selic, a qual sofreu nova alta, atingindo 13,25%. Mas o que os juros influenciam nesse cenário? Como contribui com o agravamento ou melhoria da crise? Como isso impacta o cotidiano de pessoas e empresas?

O movimento realizado pelo Copom de aumentar (contracionismo) ou reduzir (expansionismo) os juros, está intimamente ligado à disponibilidade de dinheiro em circulação. Sintetizando, essas políticas incentivam as pessoas a deixarem seu dinheiro parado em aplicações financeiras ou investirem na produção (empresas).

Em um cenário que se reduz a Selic, o governo regula todas as taxas de juros de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Dessa forma, fica mais barato financiar um carro ou financiar uma máquina nova para aumentar a produção. Com maior produção haverá mais empregos, e com mais empregos haverá mais consumo. Maior consumo causará escassez de produtos e serviços, o que obrigará a alta nos preços, seja pelas empresas pedindo mais pelo produto, ou pelos consumidores ofertando mais por este.

Ainda nesse cenário, se torna menos interessante deixar o dinheiro parado em aplicações CONSERVADORAS como o Tesouro Direto (títulos do governo brasileiro), pois elas remunerarão poucos juros. Assim, os investidores voltam a atenção à Bolsa de Valores ou ao empreendedorismo direto (construção civil, ampliações de fábricas, melhorias etc.). O efeito colateral disso é a INFLAÇÃO. Como o dinheiro está barato e circulando à vontade na economia (comprando equipamentos, construindo ou mesmo no consumo da população), os produtos e serviços se tornam mais escassos, e com isso mais caros.

Vamos utilizar um pedreiro como exemplo. Em um cenário de JUROS BAIXOS, um pedreiro inicia a construção de uma casa e cobra R$ 200 o m². Esse serviço perdurará por 6 meses. Como nesse momento o financiamento imobiliário está “barato”, mais pessoas “aproveitam” o momento e também tomam a decisão de construir casas. Ao procurarem o pedreiro, ele avisa aos novos construtores que não poderá assumir novas obras pelos próximos 6 meses. Esses construtores buscam outros pedreiros para as obras, mas todos já estão ocupados. Não há mão de obra disponível. Sendo assim, voltam ao pedreiro inicial e propõem que dali 6 meses ele agende o início dessa nova obra. Esse pedreiro trabalhará mais, logo, para valer a pena seu esforço adicional, sobe seu preço para R$ 300 o m². O que acontece? Os construtores aceitam, pois querem aproveitar o momento de baixa nos juros e já programaram suas construções, não podendo voltar atrás. Agora multiplique esse efeito para o material de construção, elétrico e outros itens e serviços que ainda serão gastos na obra. É um efeito cascata nos preços. Eis aí a INFLAÇÃO na prática.

Quando a situação dos preços entra num descontrole generalizado, o governo federal interfere na oferta do dinheiro, “retirando-o” da economia com a ALTA NOS JUROS, para assim, inibir a população de consumir e as empresas de investir.

Hoje vivemos os juros mais altos desde janeiro de 2017 com tendências de estabilidade/alta para o próximo trimestre. Ou seja, os juros permanecerão altos pelo menos até final de 2022. É perceptível que o Governo está combatendo a inflação, que atingiu em abril/22 o valor acumulado de 12,13% (IPCA-IBGE). Enquanto esse indicador permanecer alto, seja devido os reflexos da desordem econômica causada pela covid, pelas sanções mundiais aos produtos russos devido a guerra na Ucrânia ou por questões de consumo interno (igual ao exemplo do pedreiro), sabe-se que é um momento de cautela nos investimentos e, principalmente, mantendo seguro suas aplicações e reservas. Mas é importante frisar que é nesses momentos de baixa liquidez no mercado (dinheiro em circulação) que grandes oportunidades de ganho surgem. Como uma ação de empresa abaixo do preço; um terreno a preço de liquidação ou uma máquina seminova a venda, de alguma empresa que reduziu sua produção. Enfim, na crise as oportunidades aparecem aos montes, mas o que diferenciam estas de uma cilada é o quando a busca por retorno se torna ganância.

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