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Gaeco cumpriu mandado na casa de ex-prefeito de Monte Castelo e empresário de Papanduva

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Sirineu Ratochinski é suspeito de negociações com o ex-prefeito Orildo Severgnini

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Embora ainda esteja em segredo de Justiça, a sexta fase da operação Et Pater Filium começa a ser desvendada a partir de relatos de pessoas investigadas e testemunhas. O JMais conseguiu confirmar, com diferentes fontes, que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio do Grupo Especial Anticorrupção (Geac) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), nas casas do ex-prefeito de Monte Castelo, Sirineu Ratochinski, do empresário Gildo Lisboa, em Papanduva, do empresário Leandro José Muk, em Itajaí, e na Câmara de Vereadores de Major Vieira, onde foram apreendidos o notebook e documentos do vereador Laércio Sobzack, ex-secretário de Educação do governo Orildo Severgnini. Gildo é um dos três presos na quarta-feira, dia 1º. O JMais ainda não conseguiu confirmar quem são os outros dois presos na operação.

Segundo o MPSC divulgou, nesta fase, investigam-se atos de fraudes à licitação, peculato desvio e lavagem de dinheiro referentes a contratos de prestação de serviços de ônibus. As investigações indicam que, apesar de contratadas para prestarem serviços de transporte de alunos, as empresas não forneciam os motoristas, o combustível e nem executavam a manutenção dos ônibus, custos que eram arcados pelo município de Major Vieira e propiciavam desvio de valores. 


PRECEDENTE

Os nomes de Sirineu e Gildo aparecem na segunda fase da operação Et Pater Filium, quando Orildo Severgnini e seu filho, Marcus Vinicius Severgnini, foram presos.

Naquele momento houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa do irmão de Orildo, Dercílio Severgnini. Dercilio figurava como responsável pela Construções Santa Catarina, que, para os investigadores, pertencia de fato a Orildo. A empresa participou de quatro processos licitatórios no Município de Major Vieira, sagrando-se vencedora em todas as suas participações, fato que totalizou contratações no montante de R$ 1.556.732,00. Somente entre 2017 e 2018, a empresa faturou R$ 782,9 mil em aluguel de máquinas pesadas para a prefeitura de Major Vieira.

Segundo a investigação, boa parte dos certames vencidos pela Construções Santa Catarina tinha como concorrente outra empresa suspeita de integrar o esquema: a Décio Pacheco e Cia, de União da Vitória, que se desdobra em outra empresa, pertencente ao filho do titular da primeira, ambas sediadas em União da Vitória. Décio pai e filho foram condenados junto com Orildo e o filho a mais de 40 anos de prisão, mas recorrem em liberdade.

A investigação encontrou indícios de envolvimento no suposto esquema de outras duas empresas. Uma testemunha disse “que não existiam outras empresas que executavam obras em Major Vieira, sempre era a BR Construções e Planaltina”. Segundo a investigação, as duas empresas são da mesma pessoa. A BR Construções
é de Gildo Lisboa e a Planaltina é de Gildo e o ex-prefeito de Monte Castelo, Sirineu Ratochinski. Segundo apurado pelos investigadores, as duas empresas ficam no mesmo endereço e tem o mesmo telefone.

A BR Construções já estava no radar do Grupo Especial Anticorrupção de Joinville a partir de um inquérito aberto no Paraná. Foi durante uma interceptação telefônica no Estado vizinho que nasceu a Operação Et Pater Filium. Na ligação, o prefeito Orildo manteve uma conversa suspeita com representante da empresa. Das 14 licitações das quais a BR Construções participou em 2019 em Major Vieira, venceu 12. Em 2020, das cinco licitações das quais a BR participou, venceu todas. Na casa do prefeito, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, foi encontrada uma caixa com R$ 57 mil com o nome da empresa. Na agenda do prefeito havia diversas anotações com o nome de Gildo ao lado da descrição de valores que supostamente se referiam a dinheiro. A Polícia acredita que Gildo usava um preposto para repassar dinheiro ao prefeito via sistema bancário. Vários comprovantes de depósito no nome deste suposto laranja foram encontrados na casa de Orildo.


CONTRAPONTO

A reportagem tentou contato por dois dias com Laércio, Gildo Lisboa e Sirineu Ratochinski, mas não obteve retorno. Leandro não foi localizado.

No ano passado, o JMais conversou sobre o assunto com Ratochinski. Ele  negou qualquer participação no suposto esquema que teria sido arquitetado pelo ex-prefeito de Major Vieira, disse que Gildo Lisboa, proprietário da BR Construções, não é seu sócio e o que aconteceu foi que eles firmaram uma parceria para fabricação de lajotas visando economicidade, mas não havia sociedade. Ratochinski garantiu que não tinha nenhum contrato com a prefeitura de Major Vieira.

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