Amanda Suchara é acusada de visitar testemunhas
A ex-servidora da Secretaria de Obras de Canoinhas, Amanda Suchara, uma das primeiras das 14 pessoas presas na sétima fase da Operação Et Pater Filium a ganhar liberdade condicional, foi presa novamente na manhã desta terça-feira, 9. A prisão aconteceu por volta das 11 horas.
Segundo o JMais apurou, a prisão se deu por descumprimento da ordem restritiva quanto a prisão domiciliar. Amanda teria infringido essa condição e, ainda, conversado com testemunhas que trabalhavam com ela. A ex-servidora estava expressamente proibida de fazer contato com qualquer dos envolvidos na operação Et Pater Filium.
ACUSAÇÃO
Amanda é acusada de participar de um esquema dentro da prefeitura de Canoinhas para facilitar pagamentos por serviços não realizados ou realizados parcialmente pela empresa Joziel Dembinski Eireli. Conforme a denúncia feita pelo Ministério Público (MPSC), como fiscal de contratos ela teria assinado atestados de serviços supostamente prestados sem a efetiva fiscalização. Havia, ainda, descompasso entre o exigido em edital e o maquinário de fato usado por Dembinski.
Ainda segundo a denúncia, Amanda teria usado a senha de acesso de dois secretários de Obras para responder a e-mails sobre os processos licitatórios dos quais Dembinski teria participado.
Além de controlar a movimentação dos veículos contratados, Amanda mantinha contato direto com os setores administrativos da Prefeitura de Canoinhas, “atuando diretamente para incluir cláusulas que restringiam o caráter competitivo em procedimentos licitatórios”. Segundo o Ministério Público (MPSC), ela funcionava também como interlocutora entre os dirigentes da organização, informando quando os pagamentos seriam feitos para a divisão do dinheiro.
O MPSC dá um destaque a participação de Amanda no suposto esquema.“(Ela) ainda se estendeu para além das atribuições de seu cargo e continuou mesmo após o período em que o denunciado Nilson (Cochask) deixou de exercer o cargo de secretário de Obras no Município de Canoinhas, em abril de 2020, para concorrer nas Eleições Municipais naquele ano a uma vaga no Legislativo local. Com efeito, conforme apurado durante as investigações do presente feito, Amanda aproveitou-se de sua relação pessoal com Nilson para manter-se atuando na Secretaria de Obras do Município de Canoinhas após ele deixar o cargo político que ocupava. Além disso, continuou preservando os interesses da organização criminosa, elaborando minutas de Termos de Referência de forma a evitar a competição nos editais de licitação que interessavam ao grupo e alterando trechos dos referidos editais, inclusive utilizando as senhas de acesso dos secretários subsequentes para tal desiderato”.
A defesa de Amanda alega que ela não tinha capacitação para desempenhar a função de fiscal de contratos.