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Empresa que deve comprar SIX, em São Mateus do Sul, foi alvo de polêmica na região

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Empresa canadense ambicionava explorar xisto em todo o Planalto Norte

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A empresa canadense Forbes & Manhattan Resources Inc., que arrematou  as ações da empresa que deterá a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), localizada em São Mateus do Sul, é velha conhecida na região. Ela é a controladora da Irati Energia, empresa criada para explorar xisto em uma vasta área que vai de Papanduva até Três Barras, passando por Canoinhas.

O plano de explorar essa região vem desde 2012 e se intensificou em 2019, quando entidades ambientalistas se insurgiram contra a exploração e promoveram uma audiência pública em Papanduva pedindo que a empresa não iniciasse a exploração.

VÍDEO MOSTRA PLANOS DA IRATI ENERGIA PARA A REGIÃO

A Forbes & Manhattan, contudo, já detém concessão do Governo Federal para fazer estudos de exploração do subsolo da região.

Suelita Rocker, agricultora e ativista do Coesus, entidade que luta pela preservação do subsolo brasileiro, lembra que os recursos minerais presentes no subsolo pertencem à União e é por isso que o Governo Federal identificou áreas de terras do município de Canoinhas e vizinhos para que mineradoras interessadas possam estudar a viabilidade da exploração do xisto. São os chamados blocos exploratórios.

Desde 2018 o Governo Federal vem promovendo leilões públicos permanentes para empresas nacionais ou estrangeiras explorarem áreas potencialmente ricas em fósseis que podem ser transformados em petróleo. “Neste governo (Bolsonaro) piorou, porque ele está colocando os lotes que nem por leilão público passaram”, informou Suelita em 2019. É o caso do bloco que compreende 80% do território canoinhense. Para que haja a exploração os imóveis podem ser desapropriados.

À época, o assunto foi discutido nas Câmaras de Vereadores de Canoinhas, Três Barras e Papanduva. Projetos de lei que proíbem a “concessão de alvará e/ou licença para o uso do solo e para o tráfego de veículos em vias públicas, a outorga e o uso de águas, a queima de gases na atmosfera, a vedação da concessão de anuência prévia em licenciamentos e outorgas de água com a finalidade de exploração e/ou explotação dos gases e óleos não convencionais (gás de xisto, gás metano carbonífero e outros) pelos métodos de fraturamento hidráulico ou fracking (…)” foram aprovados pelas Câmaras.

O tema foi pauta até da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que repudiou a exploração do xisto no Planalto Norte.

ENTENDA OS MÉTODOS ESTUDADOS NA REGIÃO

Dois tipos de exploração do xisto eram cogitados em 2019 região de Canoinhas: o fracking e o convencional. O fracking é o que causa maiores impactos ambientais, de acordo com Suelita. É conhecido como fraturamento hidráulico: uma técnica utilizada para realizar perfurações com cerca de 3,2 mil metros de profundidade no solo para a extração de gás de xisto ou folhelho. A diferença entre essa técnica, considerada não-convencional, e a convencional é que ela consegue acessar as rochas sedimentares de folhelho no subsolo e, consequentemente, explorar reservatórios que antes eram impossíveis de serem atingidos.

Por meio da tubulação instalada nessas perfurações, é injetada uma grande quantidade de água em conjunto com solventes químicos comprimidos – alguns até mesmo com potencial cancerígeno. Suelita afirma que mais de 90% de fluidos resultantes do fracking podem permanecer no subsolo e que os rejeitos, normalmente armazenado em lagoas abertas ou tanques no local do poço, também causar impactos como a contaminação do solo, ar e lençóis de água subterrânea.

As considerações da palestrante têm como base a exploração do gás na Argentina onde ela visitou áreas exploradas.

Além da desapropriação de imóveis, os principais impactos aos moradores da região são ambientais: entre os danos alertados no seminário estão a contaminação da água e do solo, riscos de explosão com a liberação de gás metano, consumo excessivo de água para provocar o fracionamento da rocha, além do uso de substâncias químicas para favorecer a exploração. Ainda há a preocupação de que a técnica possa estimular movimentos tectônicos que levem a terremotos.

A exploração do gás do xisto é motivo de controvérsia em todo o mundo. O método é proibido na França e na Bulgária. Outros países europeus declararam moratória à técnica de extração, com o objetivo de fazer uma análise mais aprofundada sobre os impactos ambientais. É o caso da Irlanda, República Tcheca, Romênia, Alemanha e Espanha.

A Irati Energia não foi localizada para comentar a respeito. Em 2013 a empresa postou o vídeo abaixo para explicar como pretende fazer a exploração do xisto na região. Pelo vídeo, o método seria completamente seguro, sem danos ao meio ambiente e à população:

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