Se Município não der contrapartidas prometidas, time vai desistir de disputar a série B do Catarinense
O time do Nação Esportes fez uma live na noite desta quinta-feira, 17, para cobrar publicamente o Município de Canoinhas sobre promessas que teriam sido feitas ao time para que ele representasse Canoinhas na série B do Campeonato Catarinense de Futebol. O time é sediado em Joinville. Depois de tratativas com o prefeito Beto Passos (PSD), o Nação tinha decidido vir para Canoinhas a fim de representar o município no campeonato cuja temporada 2021 começa no final do mês.
“Não é que o Nação não queira ir para Canoinhas, é que a cidade não oferece a infraestrutura adequada”, iniciou o presidente do time Tiago Reis.
Ele e o diretor jurídico Alex Lemos, o diretor executivo Gabriel Fronzi, e o técnico Kokan explicaram todas as necessidades do Nação em Canoinhas como alojamento e alimentação, ainda não acertadas. A princípio, a única garantia que o time tinha era a cessão de uso do Estádio Ditão em troca da manutenção do local.
Diante dos obstáculos, a direção deu prazo até esta sexta-feira, 18, para que Município de Canoinhas se manifeste, do contrário o time vai desistir não só de Canoinhas como do Catarinense. Na semana passada o vice-prefeito Renato Pike (PL) havia dito no programa da rádio 98FM, Fala Cidade, que o time não viria por causa da polêmica criada em torno da iluminação do Ditão. O time negou a desistência por esse motivo e falou em “promessas não cumpridas” que nada tem a ver com iluminação já que todos os jogos do Nação estão marcados para a tarde.
PROPOSTA
Os diretores explicaram que a proposta para vir para Canoinhas partiu do prefeito Beto Passos, que teria procurado o time. Fronzi se queixou que a decisão foi tomada quando se percebeu que promessas feitas “pelo pessoal de Canoinhas” não se concretizariam. “Há cerca de um mês eu disse que a situação era preocupante. Faltando 15 dias não tínhamos garantias, com promessa nao sendo cumprida por Canoinhas eu disse que não tinha como continuar. É muito doloroso a gente chegar aqui e falar, mas é preciso. Como nao houve contrapartida, eu pensei, desse jeito vai quebrar, então vamos parar”.
“Estamos sendo tratados como crianças”, endureceu Reis. “Não sei o que se passa na cabeça de vocês. Por que de tantas promessas, por que não atendem ligações? Liguei mais de 10 vezes e não me atendeu. Eu queria respeito. Você vir aqui na nossa casa, fazer mudar o escudo do time, o que nos levou a fechar as portas para os empresários daqui (de Joinville)… é frustrante. Se a prefeitura não cumprir com o que prometeu não vamos disputar a série B”, disse Reis complementando que já gastou R$ 150 mil sem entrar no campeonato. “A gente vai dar ao Município de Canoinhas até amanhã às 18 horas para cumprir o que nos foi prometido. Do contrário vamos sair da competição”, complementou.
Fronzi lembrou que o Município havia prometido até transporte aos atletas do Nação e destacou que em momento algum o time pleitou recursos públicos. “O que nos foi prometido foi a abertura de portas com o empresariado local”, destacou explicando que o Município prometeu conseguir patrocinadores para o time, o que não teria se concretizado.
Reis encerrou dizendo não ter nada contra o prefeito e que a live na verdade é um apelo. Ele ainda confirmou o adiantado por Pike de que ele teria a pretensão de trazer uma empresa que geraria 100 empregos para Canoinhas. “Isso não é mentira, mas seria para depois da pandemia”, esclareceu. “Prometeram o mundo e o fundo e nada. Vocês têm de ter um mínimo de consciência, durmam com a consciência do que vocês estão fazendo conosco”, concluiu falando diretamente a Passos e Pike.
