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Como o IPCC e as COPs influenciam a vida dos moradores do Planalto Norte

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Discussão sobre mudanças climáticas não são recentes

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Mesmo nos tristes tempos em que vivemos, em que “opiniões” valem mais que informações técnicas, é importante continuarmos tentando esclarecer ao público em geral que mudanças climáticas não são “coisas de esquerdista ou de ambientalistas que não gostam do agronegócio”!! Longe, muito longe disso!

Muito antes da polarização extrema em que a humanidade e, em especial o Brasil, se encontra, as mudanças climáticas já vinham sendo tratadas nas agendas de governo e comércio mundial. Quase tudo que você usa hoje relacionado à tecnologia, foi moldado em função de decisões governamentais e do setor produtivo, baseadas em propostas visando as mudanças climáticas, em especial na busca de redução do uso de energia fóssil.

Antes de tudo, de maneira simplificada, é importante entender que a alteração na temperatura global é devido ao agravamento do efeito estufa. Embora esse efeito seja um fenômeno natural, que em níveis limitados, é essencial para a manutenção da vida terrestre, o aumento dele é sim, promovido pelo excesso de queima de combustíveis fósseis. Não há mais espaço para dúvida há décadas. Assim, por se tratar de uma temática complexa, a comunidade científica iniciou diversas discussões que levaram a importantes marcos frente às mudanças climáticas.

Para organizar todo esse processo, unindo os dados científicos às ações governamentais e comerciais, foram criados ao longo dos últimos quase 50 anos, alguns marcos fundamentais.

Um dos primeiros foi em 1979, na 1ª Conferência Mundial sobre o Clima, reunindo especialistas em clima e humanidade. Esse evento partiu de uma iniciativa da Organização Meteorológica Mundial. A partir da 1ª Conferência surgiu o Programa Mundial do Clima e o Programa Mundial de Pesquisa do Clima. Sobretudo, o principal marco deste evento foi o reconhecimento da gravidade do problema. Anteriormente, o assunto era discutido no meio científico de maneira tímida, porém, não havia sido decretado o quão sério se tratava a problemática ambiental.

A partir dos dois Programas, com o intuito de concentrar as informações científicas sobre as mudanças climáticas, em 1988 foi criado o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O IPCC é o responsável por elaborar e publicar, periodicamente os Relatórios de Avaliação que possuem dados científicos, técnicos e socioeconômicos atualizados acerca da mudança do clima. Além disso, trazem os impactos futuros, possíveis cenários e opções para reduzir a taxa média de aumento da temperatura global.

A criação do IPCC estimulou o surgimento impressionante de ferramentas de análise, supercomputadores e programas de estatística que conseguissem analisar simultaneamente a imensa quantidade de dados sobre o tema. Muitas das tecnologias de monitoramento ambiental que você utiliza hoje no seu celular ou para saber quando plantar ou monitorar sua lavoura, foram desenvolvidas com a motivação de atender as demandas do IPCC.

Em 1992 foi realizada a Eco 92 – I Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro e reuniu 179 chefes de estado. A princípio, o objetivo do evento partia do modelo de desenvolvimento utilizado pelos países. Nesse sentido, a discussão girou em torno da ideia de que se os países em desenvolvimento seguissem os moldes dos países desenvolvidos, não haveria recursos naturais para todos sem danos irreversíveis ao sistema climático. Isso foi um marco importantíssimo. Por fim, a Conferência deu origem a diversos documentos importantes, como a Agenda 21. Neste documento estabeleceu-se algumas políticas e ações que os países deveriam seguir para se desenvolver. Tais ações englobam os três pilares: proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

Depois disso teve início as Conferências das Partes (COP) – imagino que esse seja um nome que todos ouvem, muita gente odeia (sem conhecer) e a maioria não tem muita noção do que se trata. A COP é um órgão supremo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). Tal órgão reúne os países Partes em conferências mundiais para discussão de tratados, acordos e metas com o objetivo de frear as mudanças climáticas e minimizar seus impactos. Em suma, a COP ocorre anualmente desde 1995, com exceção do ano de 2020 – devido a pandemia da covid-19. A Conferência, sediada em diferentes países Partes, já foi realizada 26 vezes.

Na próxima coluna vou explicar melhor como são apresentadas as COPs que tiveram marcos históricos na problemática das Mudanças Climáticas.

Com isso, dá para ter uma noção importante de que não, discussão sobre mudanças climáticas não são recentes, são muito sérias e científicas e que as ações combinadas em prol da sua redução já contam com mais de 40 anos de esforços de empresas, governos, instituições científicas e pessoas do mundo todo.

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