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Com surpreendente história real, Dom reflete parte podre da história recente do Brasil

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Série da Amazon já teve segunda temporada confirmada

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Breno Silveira já havia mostrado ao mundo seu talento com Dois Filhos de Francisco, mas é em Dom, série da Amazon Prime Vídeo cija segunda temporada já foi confirmada, que ele alcança uma maturidade muitas vezes perseguida, mas raramente alcançada por diretores. A série é impressionante.

Começa por uma boa história, que Breno aceitou filmar depois de muita insistência de Victor Dantas (Flavio Tolezani), policial civil aposentado pai do protagonista. Victor procurou o diretor exaustivamente e, entre dúvidas se tudo que ele falava era loucura ou verdade, Breno acabou topando mergulhar na história de Pedro Dom (Gabriel Leone) e ficou fascinado impressionado pelas façanhas do “bandido gato”, como ficou conhecido na imprensa.

Dom teve uma vida de classe média que lhe permitiu estudar em boas escolas e se divertir com os amigos, um deles, o filho da empregada da casa com quem desenvolve uma amizade visceral. Abre-se o caminho para o vício de Dom. O amigo o leva para o morro, onde conhece as delícias e a degradação das drogas.

Dom acaba se envolvendo com o mundo do crime e usa sua cara de boa pinta para entrar em apartamentos de luxo e fazer a limpa com a ajuda de um pequeno bando.

Tudo isso é verdade e a forma como Breno explora os fatos impressionantes da vida do perigoso Dom – 10 internações em clínicas de reabilitação (na real foram 13), a passagem pela Febem (hoje Fundação Casa), o romance kamikaze com Jasmin (Raquel Villar), o surreal sequestro promovido pela própria Polícia (na verdade foram dois sequestros) e os tantos flertes com o perigo – é o que tornam a série uma pequena preciosidade do streaming.

Breno entrelaça a história de Dom com a do pai, tão impressionante quanto. Victor entrou para a Polícia depois de passar anos infiltrado – a serviço de um obscuro esquadrão mantido pelo Governo – com traficantes no Morro de Santa Marta, no Rio de Janeiro. Foi dessa forma que descobriu como a Polícia pode fazer justamente o inverso do que deveria. Essa brecha, explorada em segundo plano, nos faz pensar no que nos metemos quando falamos em segurança pública no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, estado corroído pela corrupção em vários níveis. É um Brasil onde bandido não deixa de ser bandido, mas se confunde com altos escalões de corrupção dentro das mais altas esferas. É um triste país que, ao encerrar essa primeira temporada de Dom você pode se autoenganar, respirar aliviado e dizer “Ufa, ainda bem que tudo isso aconteceu há 20 anos”.

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