terça-feira, 23

de

abril

de

2024

ACESSE NO 

Aos 110 anos, Canoinhas tem como desafio ganhar relevância estadual

Últimas Notícias

- Ads -

Caminho para melhorar a cidade está na política

- Ads -

ANIVERSÁRIO

COLUNA DE DOMINGO Canoinhas chega aos 110 anos como uma cidade do futuro. Baita clichê que ouço há muito anos. Nesta data em que lembramos o aniversário da cidade, uma bela reportagem de Luiz Felipe Marschalk resgata a linda história canoinhense.

Chama a atenção na reportagem o quanto os entrevistados alertam para a necessidade de encontrarmos um rumo. O ciclo extrativista foi muito bom, mas acabou, o povo quer algo novo, busca oportunidades e nem sempre encontra. O comércio sustenta a cidade, mas precisa do campo e da indústria, senão esmorece.

Os prefeitos que acompanhei, como jornalista, foram sempre bons em traçar diagnósticos. A prática é bem mais complicada. Todos criaram programas para animar o setor econômico da cidade. Nenhum grande plano entrou de fato em vigor.

Recordo-me que certa vez Leoberto Weinert lembrou, em uma entrevista quando não era mais prefeito, que fez um plano econômico para Canoinhas que deveria levar ao menos 20 anos para se consolidar. Questionado, o ex-prefeito admitiu que nem seu sucessor, Beto Faria, que foi seu vice, deu sequência ao plano. Imagine se Beto Passos tiraria poeira do documento para colocar em prática um plano de Weinert.

Muitos falam que nossa região patina economicamente porque é muito distante do litoral, e isso é fato. Os governos estão todos de olho na região que mais ferve economicamente e que tem maior eleitorado. Para nos tornarmos relevantes economicamente falando, precisamos nos tornar importantes politicamente.

Seria chover no molhado lembrar do tiro no pé que demos em 2018. Parte por conta da vaidade de políticos que dividiram os votos e ficaram ambos chupando o dedo e parte por causa de gente que vota nos paraquedistas.

Sem representatividade política nada teremos. Isso me chama a atenção para o curioso caso de Mauro Mariani. Foi o primeiro em muitos anos vindo do Planalto Norte a ter uma chance real de eleição para governador. Longe de preferências, foi o deputado federal que mais recursos destinou a Canoinhas. A votação dele foi uma tragédia aqui na cidade. Será que, se eleito, Mariani teria um olhar diferente por sua região?

Chapecó fica na fronteira com a Argentina. Está a uma distância colossal da Capital. É, contudo, uma potência do agronegócio. Nos anos 1950, a comunidade chapecoense era muito pequena e, religiosa, se encontrava nas missas de domingo. Aproveitando-se da situação, quatro homens furtaram de várias casas cujos moradores estavam em oração.

Reprodução da revista Cruzeiro, edição de 1950/Arlei Serrano

Ao descobrir quem eram os ladrões, os cristãos se reuniram, caçaram, subjugaram e lincharam o quarteto. Os acusados foram mortos sem nenhum julgamento. Dois deles eram comprovadamente inocentes. Uma pequena multidão, para o tamanho da cidade naqueles anos, acompanhava o morticínio.

O linchamento teve ampla repercussão, tanto no âmbito estadual como no nacional e até mesmo internacional. A comunidade chapecoense passou a ser vista como maldita e o mundo virou as costas para eles. O que poderia desmantelar tudo que construíram, pelo contrário, os uniu. Foi o embrião para as gigantescas cooperativas que dominam e alavancam a economia local desde então.

Não precisamos de nenhuma tragédia para termos o mesmo destino. Basta nos unirmos, baixando as armas e aceitarmos as diferenças dos nossos irmãos.

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?