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Alunos protestam contra professor acusado de assédio sexual em escola de Canoinhas

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Professor teria tido conversas impróprias com alunas

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Dezenas de alunos da Escola de Educação Básica Almirante Barroso, de Canoinhas, protestaram na manhã desta quarta-feira, 24, contra um professor acusado de assédio sexual contra alunas da escola. Pais de alunos compartilharam prints de conversas de suas filhas com o professor pelo Instagram. Nas conversas ele faz um convite, “Quando vamos conversar a sós”, e responde a stories das alunas com mensagens com “linda” e “perfeita”. O protesto foi contra a suposta omissão da escola diante dos constantes assédios atribuídos ao professor. Os alunos disseram que não vão entrar na aula do docente nesta quinta-feira, 25. “Abafaram o caso e disseram que amanhã quem não entrar na sala de aula onde estiver o professor vai ganhar advertência”, relata uma mãe de aluno. Ela conta ainda que a filha teria ouvido do diretor que o protesto de nada serve porque se baseia “apenas em uns prints”.

O diretor do Almirante Barroso, Edson Luiz de Souza, de fato amenizou a contundência das provas e afirmou que a causa do protesto não está relacionada ao suposto assédio porque esta questão já teria sido resolvida em abril. “Foi apurado, passou por processo administrativo, ele pegou 30 dias de afastamento sem vencimentos e já retornou. O que era procedimento da escola foi feito. Ocorreu um problema com uma aluna, ele quis cobrar algo do trabalho que ele não teria explicado e aflorou tudo de novo. A aluna se sentiu na razão de protestar e os colegas se solidarizaram.”

Em abril, quando as denúncias contra o professor surgiram, Souza conta que encaminhou os prints para a coordenação regional de Educação, que abriu um processo administrativo contra o professor. “Só veio o documento determinando o afastamento. Se tem algum pai que não aceita o retorno dele tinha de buscar as vias legais, o que até agora ninguém fez”, afirma o diretor.

Souza nega qualquer cerceamento a manifestação e diz que “nós elogiamos os alunos pelo desenvolvimento do senso crítico. Eles precisam participar e dar sua opinião e nós aceitamos. Nós não temos o poder de punir. A partir do momento em que você responde a um processo e cumpre a penalização, não depende de nós. Que busquem a Delegacia”, concluiu.

A coordenadora regional de Educação, Suelen Wogeinaki, questionou a legitimidade dos prints, lembrando que o print mais contundente (“quando vamos conversar a sós”) não tem indicador de destinatário. “Recebemos nove pais ao longo de 15 dias, ouvimos todos eles e fizemos processo administrativo. Não cabe a nós condenar. O que me cabe enquanto coordenadora é o procedimento administrativo e não criminal. Recomendamos que se os pais achavam o resultado injusto que procurassem o Ministério Público”.

O relatório do processo administrativo foi encaminhado ao Conselho Jurídico do Estado, capacitado para tomar providências a partir do processo feito pela coordenação. “Dentro da Lei do Processo Administrativo se decide a punição. Neste caso, dentro do que se colheu como provas não foi possível comprovar o assédio. Por isso ocorreu a suspensão”, conclui. Ela contou que não foi procurada pela direção do Almirante para falar sobre o episódio desta quarta.

Questionada sobre o porquê do afastamento de um mês se não foi comprovado o assédio, Suelen diz acreditar que foi uma medida para acalmar os ânimos da comunidade escolar. “Pela segurança das alunas, o peso da fala dos pais, tentamos afastar o professor de outras formas, mas por ser ACT (admitido em caráter temporário) não se pode movimentar muito. O que cabia no caso era a suspensão. Até pra acalmar a situação”, conclui.

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