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A história da canoinhense que pode mudar os rumos da pandemia

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Ana Marisa Chudzinski trabalha no desenvolvimento de um soro anticovid

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Responsável pela equipe que desenvolve o soro anticovid no Instituto Butantan, em São Paulo, a bioquímica canoinhense Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, nascida no distrito de Felipe Schmidt, ganhou destaque na mídia internacional. Está nas suas mãos uma das mais promissoras esperanças no combate à pandemia.

 

 

 

Quando criança, em Felipe Schmidt, Ana Marisa sempre admirou o trabalho do pai, José Chudzinski Neto, e do avô, Miesceslau Stazskowian. No grande armazém de secos e molhados, eles vendiam homeopatias e extratos de plantas. Além disso, o avô estudava as aplicações de ervas e as preparava, classificando-as para entregar a um senhor que as vendia para uma empresa que preparava extratos. “Fui influenciada por eles. Desde criança eu queria fazer remédios”, conta Ana Marisa, hoje diretora do Laboratório de Bioquímica do Instituto Butantan, em entrevista concedida em 2008 ao jornal Correio do Norte.

 

 

 

 

 

INFLUÊNCIA

O avô, que era intendente da prefeitura de Canoinhas em Felipe Schmidt, foi o grande inspirador de Ana, que gostava do ambiente do armazém, onde aprendia sobre as ervas e seus cheiros. “Eu ia conversar com o farmacêutico e adorava aquele cheiro da farmácia. Passei a infância tentando fazer infusões de plantas e misturando coisas para gerar novos compostos, o que era um perigo.”

 

 

 

Ana fez o Ensino Fundamental no Grupo Escolar Benedito Terésio de Carvalho Neto, em Felipe Schmidt. Para fazer o Ensino Médio, a família teve de se mudar para União da Vitória, em 1970. “Estudei no Colégio Estadual Balduíno Cardoso e depois no Colégio São José, ambos de Porto União.”

 

 

 

Desde criança, queria fazer remédios. Assim, ela não teve dúvidas na hora de escolher a faculdade: Farmácia Bioquímica.

 

 

 

 

GRADUAÇÃO

Em 1978, foi para Curitiba, onde passou no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Logo após a formatura, em 1982, mudou-se para São Paulo, onde fez mestrado e doutorado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Fez também doutorado no Instituto Pasteur e Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm), em Paris, e pós-doutorado na Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires.

 

 

 

 

Além do cargo de diretora do laboratório de Bioquímica e Biofísica do Instituto Butantan, Ana é professora dos cursos de pós-graduação de Biologia Molecular da Unifesp, de Biotecnologia da Universidade de São Paulo (USP) e de Toxiconologia do Instituto Butantan.

 

 

 

DESCOBERTAS

Ana nunca encarou nada como dificuldade, mas como desafio. “Quando fui morar sozinha em Curitiba aos 16 anos, e depois quando fui viver em cidades enormes como São Paulo e Paris, longe da família. Esses foram os maiores desafios que enfrentei.”

 

 

 

Para ela, as alegrias são muitas, especialmente relacionadas com as conquistas profissionais e pessoais. “O grupo que formei dentro do Instituto Butantan é eficiente e engajado em transformar algumas descobertas em produtos.”

 

 

 

Por falar em engajamento, a equipe de Ana Marisa descobriu entre tantas coisas que a saliva do carrapato-estrela tem propriedades antitumores cancerígenos. A pesquisa recebeu duas menções de destaque no 22º Congresso Internacional da Sociedade de Trombose e Hemostasia, realizado em 2009, nos Estados Unidos.

 

 

 

Além disso, o estudo foi destaque na mídia nacional e internacional. Ana concedeu entrevistas a diversos jornais e tevês (Programa do Jô, Reuters e France Press). “Outra descoberta são as moléculas que encontramos no veneno da lagarta Lonomia obliqua, a taturana. Essas moléculas ajudaram a entender o mecanismo de ação do envenenamento.”

 

 

 

Ana orgulha-se em dizer que, hoje, sua maior inspiração é o marido Henrique e os dois filhos, Ana Paula e Tomaz.

 

 

 

 

LEMBRANÇAS

Do Instituto Butantan, em São Paulo, até Felipe Schmidt, em Canoinhas, são cerca de 560 km. Mas a distância não tirou de Ana as doces lembranças da infância. “Vivi uma vida livre, com uma família maravilhosa. Lembro do cheiro do campo, das plantações do meu pai, do jardim da minha avó Ana, da casa dos meus avós Tomaz e Valéria, das idas na estação de trem para ver quem chegava e quem partia, e das domingueiras na Sociedade Sete de Setembro. Minha irmã e eu tínhamos um balcão ao lado do armazém, onde vendíamos figurinhas que comprávamos em Canoinhas e em União da Vitória. Era muito alegre também ajudar no armazém, anotar na caderneta e receber o dinheiro que minha avó dava no final do dia, quando fechava o caixa.”

 

 

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