quinta-feira, 18

de

abril

de

2024

ACESSE NO 

A dignidade do brasileiro e o estado de emergência

Últimas Notícias

- Ads -

Se o País está tão bem como diz Paulo Guedes, porque um estado de emergência?

- Ads -

Daqui a menos de três meses todos os brasileiros, aptos a votar, estarão indo às urnas para a escolha daqueles que irão lhes representar nos próximos quatro anos. Muito já se discute que este pleito eleitoral será o mais desafiador na jovem democracia brasileira, dada a polarização de parte da população.

Se observarmos as últimas pesquisas de intenção de votos, a eleição para o cargo de presidente da República já pode ser decidida no primeiro turno, algo que não acontece desde 1994 com a eleição do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Na pesquisa divulgada pelo Datafolha, o petista Lula tem 47% dos votos, já Bolsonaro fica com apenas 28%. Na segunda-feira, 27, foi divulgada a pesquisa encomendada pelo Banco BTG Pactual e realizada pelo Instituto FSB. Nela Lula tem 43% dos votos, já o atual presidente aparece com 33%.

Quase que na maioria das mais recentes pesquisas levando em consideração a margem de erro, o ex-presidente Lula pode voltar a ocupar o cargo que já foi seu por oito anos, já no primeiro turno.

Essa situação fez com que o alerta bolsonarista que já estava aceso há algum tempo, disparar por completo. Com isso nos últimos dias passamos a acompanhar duas situações que para muitos de nós, analistas de política, já era infelizmente esperado.

O primeiro ponto era a volta daquele Bolsonaro que a gente estava acostumado a observar no cercadinho do Palácio da Alvorado, que não se importava com quem estava ali, apenas utilizava de palavras de baixo calão contra aqueles que segundo ele queriam transformar o Brasil e um território comunista.

O segundo ponto é o mais importante porque interfere diretamente na vida de todos nós e nos nossos bolsos. Nos últimos dias começou a se ventilar a possibilidade de se aumentar o valor do Auxilio Brasil, que já estava em R$ 400, para R$ 600. Junto dele ainda seriam instaurados até dezembro deste ano estado de emergência em todo território brasileiro e um voucher de mil reais para os caminhoneiros.

Claro que junto disso ainda vieram os escândalos envolvendo o ex-ministro da educação e também os casos de assédio sexual praticados pelo agora ex-presidente da Caixa Econômica Federal. As duas situações atingiram diretamente a base bolsonarista.

Não posso aqui deixar de citar um velho ditado que explica diretamente o que Jair Bolsonaro está vivendo: ele começou a sentir a água bater. Sendo assim o presidente que busca a sua reeleição começou um processo de tentativa de salvamento da sua campanha que já se iniciou lá em 1º de janeiro de 2019.

É claro que os brasileiros estão sentindo no bolso o peso cada vez maior da inflação que vem corroendo os seus salários. E por isso políticas públicas são importantes para que as pessoas possam ter condições mínimas de vida e desenvolvimento social e humano.

Porém, tudo isso precisa ser bem desenvolvido, elaborado e construído. Lá atrás, no início dos anos 2000, o Bolsa Família foi um projeto que auxiliou muitos brasileiros a ter a mínima dignidade de fazer uma refeição básica. Porém, ele não foi criado da noite para o dia e muito menos serviu como pretexto eleitoreiro.

As cartadas que Bolsonaro começou a dar nos últimos tempos tentando diretamente conquistar o eleitorado mais humilde e que deve votar massivamente em Lula, pode até trazer uma pequena alteração no porcentual de votos em outubro.

Porém, deve-se sempre lembrar que em nenhum momento foi informado de onde sairá todo esse dinheiro para o pagamento desses benefícios. Especialistas já vêm alertando que mesmo o valor de R$ 400 aos poucos irá tornar-se uma bola de neve para a economia cada vez mais frágil do Brasil.

Estamos apenas no início de julho, e teremos mais meio ano pela frente, independente de qual for o resultado das eleições de outubro, a partir de 1º de janeiro de 2023, o presidente da República Federativa do Brasil encontrará pela frente uma terra arrasada.

Se Lula ganhar, terá de abdicar de um bom tempo para colocar a casa em ordem novamente, pensando é claro na reconstrução da imagem do País mundo afora. Agora se Bolsonaro for reeleito, a situação tende a piorar, pois a partir de janeiro ele terá que aguentar todas as situações que serão causadas por esses novos auxílios na já frágil economia do País, e já podemos perceber que de economia o nosso atual presidente não entende nada.

Encerro essa coluna com uma frase da colega Thais Herédia da CNN Brasil, “Se o País está tão bem como diz Paulo Guedes, porque um estado de emergência?”

- Ads -
Olá, gostaria de seguir o JMais no WhatsApp?
JMais no WhatsApp?